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No fragmento do texto I “Já não se fala disso, mas os sociólogos sabem que uma das carências humanas […]”, o pronome destacado deve ficar proclítico ao verbo devido:

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TEXTO I

Simples e velha honestidade

Por José de Souza Martins

Quando a honestidade surpreende e dela se desconfia é porque alguma coisa essencial está mudando na sociedade. É o que incita à compreensão sociológica dessa reação, suas ocultações e seus significados no recente caso da devolução, ao dono de um restaurante, dos R$ 20 mil que lhe foram roubados. O dinheiro fora achado por um casal de moradores de rua de São Paulo, o maranhense Rejaniel e a paranaense Sandra. Já há um debate em relação ao suposto sentido do gesto dos dois moradores dos baixos de um viaduto do Tatuapé. Uns veem nele vontade de aparecer. Outros consideram trouxa o casal, pois “o achado não é roubado”. Não poucos no gesto reconhecem a simples e velha honestidade, um valor de referência. Aliás, é por meio dela que a sociedade se reproduz e se preserva, regula e organiza a vida de todos, dos bemintencionados e dos mal-intencionados, dos íntegros e também daqueles para os quais a honestidade já não é senão uma anomalia.
[…] O gesto do casal repercutiu no Brasil e foi, no geral, bem-vindo como indício de que nem tudo está perdido, no mesmo momento em que na própria estrutura de poder a anomalia da corrupção compromete o sentido democrático da vida política. O gesto, aliás, não é novo nem raro. São frequentes casos semelhantes de dinheiro alheio achado e devolvido ao dono desconhecido de quem o acha, geralmente, por meio da polícia.

O homem que achou o dinheiro declarou que gostaria que sua mãe o visse agora, pois ela se orgulharia dele. Eis a questão. Lançado para a margem da sociedade, reteve, como um bem pessoal e imaterial que é, o antimoderno sentido da honra. Por incrível que pareça, a maioria das pessoas é honrada e faz parte dessa imensa massa invisível dos não notados. Um trabalhador dedicado ao seu trabalho, ou um professor devotado ao ensino e à formação de seus alunos, terá pouquíssima chance de ser aplaudido, mesmo por quem de seu trabalho se beneficia. No entanto, eles têm o que lhes basta como nutrição moral: o sentido da honra e a honestidade. Já não se fala disso, mas os sociólogos sabem que uma das carências humanas destes tempos de liquefação dos valores é a da honradez e da honestidade, o alimento que sacia os que não foram vencidos, os que se mantiveram antiquadamente honestos.

Disponível em: <https://alias.estadao.com.br/noticias/geral,simples-e-velha-honestidade-imp900514>. Acesso em: 07 abr 2019.

a) à presença de verbo no presente do indicativo.
b) à presença de advérbio no início da oração.
c) à presença de conjunção adversativa após a vírgula.
d) à presença de palavra de valor negativo.

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    Explicação do Professor:

    No fragmento “Já não se fala disso”, o pronome deve ficar proclítico ao verbo nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.

    A assertiva D é a correta.